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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Polícia Militar ocupa Morro do Zé Bombom por tempo indeterminado

Com a finalidade de evitar novos confrontos entre traficantes no Morro do Zé Bombom, um grupo de policiais militares, sob o comando do coronel Jeferson Teles, deu início, na tarde de ontem, à Operação Varredura naquela comunidade. A ação, que será realizada por tempo indeterminado, visa vistoriar quem entra e sai da localidade. Durante a operação, os moradores aproveitaram a presença da imprensa e fizeram uma manifestação pacífica como forma de protesto pela morte da comerciante Maria das Dores Costa, de 52 anos.
Munidos de cartazes pedindo justiça pela morte de Maria das Dores e paz à comunidade, os moradores do Morro do Zé Bombom, área do Bairro do Coroadinho, deram início à mobilização que atraiu várias pessoas revoltadas com a morte violenta da comerciante. Conforme contou Jane Cristete Serra, de 23 anos, os moradores começaram a articular a mobilização após o enterro de Maria das Dores, que aconteceu ontem pela manhã no Maracanã. 'Nós nos sentimos coagidos aqui. Só queremos justiça pela morte de Maria. As coisas não podem ficar como estão', declarou a moradora. Durante a presença dos militares, moradores protestaram contra a violência

Segurando um cartaz que dizia 'o assassino de Maria das Dores foi Tim', a filha da vítima, Crislene Costa Mota, de 19 anos, desabafou a dor pela morte da mãe. Conforme relatou a jovem ao Jornal Pequeno, as mesmas pessoas que assassinaram a comerciante já teriam ameaçado a sua família de morte. 'Alguns deles já vieram aqui e nos ameaçaram. Nunca atiraram em nós, mas nos ameaçaram algumas vezes', contou Crislene. Ela ainda relatou que durante a morte da mãe – que estava fechando o bar por medo dos tiros disparados – por pouco ela não morreu também. 'Tim atirou três vezes contra mim. Só não me pegou porque eu me joguei no chão', disse a jovem.
Os manifestantes informaram que a revolta da população é maior porque, além de Maria das Dores ter morrido de forma acidental e trágica, a comerciante deixou três filhos e seis netos por conta da violência urbana. Crislene contou que a mãe, com o serviço no bar, era quem sustentava a família. 'Nós não tínhamos outro meio de sobrevivência, todas as contas eram pagas com o dinheiro do bar. Mamãe trabalhava ali todo dia', comentou. A jovem informou ainda que desde a morte de Maria das Dores, no último final de semana, que o bar não é aberto.
A reportagem questionou aos moradores sobre a operação realizada pela Polícia Militar e as respostas, em sua maioria, foram unânimes. De acordo com algumas pessoas, esta ação já era para ter acontecido há muito tempo. Há 18 anos morando na comunidade do Zé Bombom, Claudinete Fonseca Mendes, de 40 anos, disse que nunca tinha presenciado algo como no último final de semana. 'Foi algo terrível. Ficamos todos com muito medo', afirmou. No entanto, após a permanência da PM no local, ela disse se sentir até mais segura. 'Já era para isso ter acontecido. Não me sinto cem por cento segura, mas me sinto sim um pouco mais tranquila', disse Claudinete.
Varredura completa – Conforme o coronel Jefferson Teles, a operação conta com 24 militares em escala rotativa. Segundo ele, a quantidade de policiais é mais que suficiente, pois, o Morro do Zé Bombom contém apenas seis ruas. 'A equipe está dividida entre as seis ruas da comunidade. Nós estamos fazendo a varredura completa no local, isso para que as pessoas de fato se sintam seguras', informou Teles.
Durante a ação, ninguém entra ou sai se não for revistado pelos policiais que fazem a vistoria na entrada do morro. Durante a permanência da equipe de reportagem no local, pôde ser visto vários automóveis e seus condutores sendo revistados. Dentre os carros, até um veículo dos Correios não escapou da vistoria.
Jefferson Teles disse que policiais descaracterizados estão entre os moradores para chegarem aos traficantes que protagonizaram a cena de terror na comunidade. 'Esses policiais infiltrados são do Serviço de Inteligência', afirmou. Ele ainda contou que a operação pretende mostrar, por meio da corporação, a força do Estado. 'Com a nossa presença aqui a criminalidade vai recuar com certeza. Isso demonstra a força do Estado', declarou.
O coronel disse não descartar a possibilidade da presença de alguns dos criminosos dentro da própria comunidade. 'Provavelmente existem uns dentro, mas a maioria está fora', afirmou. As expectativas de Jefferson Teles com a operação é justamente coibir o tráfico de drogas no local. Até o momento, nenhuma prisão ou apreensão foi realizada. Fonte: jornalpequeno

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