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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SEIR, inicia visitas a escolas quilombolas para definir ações para 2011

Técnicas da Secretaria de Estado de Igualdade Racial (Seir) farão, a partir desta quinta-feira (3), visitas as escolas quilombolas do estado. O objetivo é traçar um perfil das necessidades de cada unidade escolar, para que, por meio de parcerias com as secretarias de Estado, universidades, Prefeituras, Unidades Regionais de Educação e organizações da sociedade civil sejam discutidas a implementação das diretrizes que fundamentam a educação do campo no Maranhão.
A proposta de conhecer as demandas das escolas quilombolas surgiu após encontro realizado na Seir, entre o coordenador pedagógico Mário Sérgio Moreira, do Centro Quilombola Formação Ana Moreira, em Codó, e a secretária da Igualdade Racial, Claudett Ribeiro. O coordenador buscava meios para sanar as deficiências materiais, de infraestrutura e de recursos humanos do colégio, além de expor as necessidades do Centro Quilombola para 2011.
A secretária Claudett Ribeiro explicou que o Centro Quilombola Formação Ana Moreira é uma escola de ensino médio que agrega estudantes dos municípios de Lima Campos, Capinzal do Norte, Lago Verde, Codó, São Luís Gonzaga, Codó e Timbiras.
No encontro, as representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informaram que, por determinação da secretária de Estado de Educação, Olga Simão, serão abertos novos processos licitatórios que atenderão as necessidades da escola. Elas explicaram que o atendimento das outras demandas apresentadas pelo coordenador, Mário Sérgio Moreira, ainda será estudado.
Na reunião, foi criado um Grupo de Trabalho formado por técnicos das Secretarias de Igualdade Racial e de Educação. Aos integrantes da Seir caberá a elaboração do Plano Emergencial para atender as necessidades das escolas do campo. Já, a Seduc terá a incumbência de articular junto ao Governo Federal a implementação dos programas de bibliotecas escolares e Proinfo rural; o atendimento das necessidades de alimentação na escola quilombola mensalmente; e, o fortalecimento, pela Seduc, do acompanhamento das escolas do campo.
Também participaram da reunião a secretária-adjunta de Igualdade Racial, Benigna Regina Castro Martins Almeida; a supervisora de Educação de Jovens e Adultos, Maria do Monte Serrate; e a supervisora de Campo, Elaine Maria Augusto de Azevedo.

Professor fala sobre a importância de Faculdade em cidades onde foram descobertos recentemente Gás Natural ou Petróleo

Entrevista Exclusiva
Por Waldemar Terr (Repórter de Política) /
wter@uol. com. br - wter. blog. uol. com. br

O professor Henrique Mariano, vice-presidente da Associação Maranhense de Ciência (AMC), diz que “chegou o momento de se discutir idei-as concretas em torno da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) visando modernizá-la e colocá-la dentro do contexto de desenvolvimento do Estado”. O professor, que é diretor do Curso de Engenharia de Computação (EngComp), assegura que hoje a Uema “se configura como ferramenta imprescindível para a formação de mão de obra especializada e, dependendo de sua gestão, pode dar as respostas às condições atuais do Estado frente aos novos e mega investimentos já anunciados, como a implantação da Refinaria Premium, em Bacabeira, a fábrica da Suzano Papel e Celulose, em Imperatriz, a Aciaria, em Açailândia, e a descoberta recente de uma jazida de gás-natural no município de Capinzal do Norte.
Henrique Mariano é caxiense, formado em Engenharia Civil; é professor da Uema desde 1978; fez mestrado em Engenharia de Sistema e Computação – Coppe / UFRJ e pós-graduação em Engenharia Nuclear Coppe / UFRJ. Na Ufma desenvolveu o projeto pedagógico do curso de Ciências da Computação; coordenou a implantação do Curso de Engenharia de Computação da Uema, do qual atualmente ocupa o cargo de diretor; e também faz pesquisa nas áreas de Mecânica e Métodos Computacionais, sendo líder de Grupo de Pesquisa desde 2003 e é membro fundador da Academia Maranhense de Ciências.
Foi ainda o responsável pela área de Sistemas e Tecnologia do Banco do Estado do Maranhão; presidente da HCG-Engenharia de Sistemas; editor da Revista “Pesquisa em Foco”; consultor do Bird; criador e presidente do Matec – Centro de Ensino Tecnológico do Maranhão e fundador da Academia Maranhense de Ciências.
A seguir, a entrevista.

Professor, neste momento, o senhor teria alguma razão especial para tratar deste assunto, do desenvolvimento da Uema?
Professor Henrique Mariano (HM) – Sim, tenho mais de 30 anos de labuta na Universidade Estadual e sempre acompanhei de perto todos os momentos de construção deste Estado. E nós enquanto docente temos responsabilidades com o desenvolvimento sócio-econômico; formamos pessoas para viverem aqui, crescerem e viverem bem com o direito de usufruir dos avanços tecnológicos e do conhecimento adquirido. Portanto, a Universidade também tem este papel de cuidar do Maranhão e todo e qualquer cidadão deve preocupar-se com tudo isto.
JP – E o Maranhão precisa de que, professor?
HM – O Maranhão de nossos sonhos, desenvolvido e próspero passa necessariamente pela educação de nosso povo. Tem-se que ter um grande programa de estado que vise dotar nossas cidades e lugarejos com instrumentos educacionais permanentes e com uma infraestrutura tecnológica capaz de alavancar a capacitação dos maranhenses, permitindo-lhes acesso aos empregos e facilitando-lhes o empreendedorismo.
JP – Mas, isso não seria um tanto utópico?
HM – Estar-se longe dessa utopia, mas acredito que só se vai ao longe caminhando a pequenos passos de forma contínua. Uma educação básica, forte e em período integral, é um bom começo. Uma educação para o trabalho, com ensino técnico e tecnológico, é um passo importante. Uma educação superior capaz de produzir profissionais competitivos e com formação pertinente às demandas industriais do nosso Estado é uma necessidade premente. São passos dessa natureza, se feitos de forma firme, consistente e com intensidade, que irão preparar o nosso povo para um Maranhão do porvir.
JP – E de que modo a Uema é imprescindível?
HM – Ela possui um patrimônio inestimável e, óbvio, conhece o nosso povo, sabe de suas necessidades e limitações. Tem know-how e pode capacitar mão de obra especializada e, dependendo de sua gestão, pode dar as respostas às necessidades atuais do Estado frente aos novos e mega investimentos já anunciados. Temos aí a Refinaria Premium, a fábrica da Suzano Papel e Celulose, a Aciaria, e a jazida de gás-natural em Capinzal do Norte, além de outras infinitas possibilidades. Agora todos nós, a comunidade universitária, juntamente com a sociedade, somos responsáveis pelo futuro do nosso Estado. Não podemos mais esperar. O nosso povo deve estar preparado para a nova fase de desenvolvimento. A Uema tem obrigação de sair à frente.
JP – Quais são os passos que a Uema deve seguir?
HM – Primeiro, temos que resgatar a necessária credibilidade da Uema em todas as suas instâncias, construindo um novo conceito administrativo digno e moderno para a consolidação da referida credibilidade. Estas são também as razões que têm nos motivado a implementar um ciclo de debates informais na comunidade acadêmica e sociedade, considerando a atual conjuntura que envolve a Universidade. Falta-nos um grande projeto de desenvolvimento contínuo.
JP – Então, como se conseguiria tudo isso?
HM – Teríamos de efetivar um plano de transparência administrativa, responsabilidade orçamentária e descentralização. Temos de transformar a Uema em uma instituição útil à sociedade, forte e respeitada. A Uema não tem se inserido sequer nas causas sociais de comunidades adjacentes às suas áreas de influência. Precisa-se, na verdade, é de um grande pacto em prol da Uema, onde o ensino atinja a qualidade exigida, a pesquisa e produção acadêmica sejam preponderantes e a extensão a condição sine qua non da Universidade se fazer presente em todos os rincões do Estado do Maranhão.
JP – Especificamente, o que compromete a Uema?
HM – Olha, preocupa-nos a função gestora que envolve, por exemplo, situações da realidade arquitetônica e patrimonial. Como está a execução de obras das futuras instalações da Uema? Muitos setores dos campi do Interior do Estado do Maranhão estão em situação deplorável. Laboratórios deixam de funcionar por simples depreciação de equipamentos novos. Faltam mais investimentos em recursos tecnológicos e atualização e capacitação técnica dos docentes e servidores. Faltam investimentos em programas de pós-graduação e pesquisa. Existem reclamações da carência de estruturas e condições de trabalho, como o acesso à Internet; das constantes oscilações da energia elétrica disponibilizada no Campus de São Luís e demais campi. Entre as situações mais graves, figura também a burocracia que prejudica sensivelmente a realização de cursos de especialização e a excessiva centralização da administração.